terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Balanço de 2010.

Faz tempo que meu blog não é destinado à postagens de cunho pessoal. Geralmente faço postagens acadêmicas, de artigos, teses e etc. Fico literalmente de "Olho na cultura".  Mas lembro que uma das últimas postagens que fiz desse teor nesse espaço foi exatamente na virada do ano de 2009 para 2010. Fiz um breve balanço do que havia feito no ano que estava terminando. Agora pretendo fazer o mesmo, afinal de contas é um rito de passagem importante em nossas vidas. Aliás, todos os rituais de passagem são importantes para a vida em sociedade.
Ratifico algumas coisas e modifico outras com relação a última postagem que fiz. Continuo considerando esses rituais (Natal e "Virada de ano") como banais, por mais que sejam importantes para a perpetuação social. Mas eu os acho banais por questões psicológicas. As lembranças que tenho desses rituais da época de minha infância não são das melhores. Por isso não os faço como algo tão cristão ou cheio de emoção como a maioria das pessoas fazem. Quando cheguei na adolescência, passei a fazer dos dois rituais de passagem verdadeiras esbórnias. Acredito que era para esquecer o que havia passado ou tentar fazê-los diferente. Hoje já sou mais madura e os encaro de maneira bem diferente, também. Esse ano já farei "festinha" de Natal em homenagem a minha mãe, que se sente só por conta do falecimento de meu pai e por conta da vinda de dois irmãos meus, dos três que tenho, aqui para Belém. Já sei lidar melhor com traumas do passado. Participarei dos rituais lembrando que em minha vida pessoal muitas coisas aconteceram.
Eu e meu companheiro adquirimos nossa independência doméstica e continuamos crescendo enquanto casal. A rotina pesa em qualquer situação, mas parece que sabemos lidar com ela, a priori. Independentemente da forma. Ele é uma pessoa importante na minha vida: é meu cia, que está do meu lado, que não joga comigo, que me escuta, que me compreende, que enxuga minhas lágrimas, que as estimula... é meu cia em sentido pleno. Márcio, eu te amo.
Na vida profissional e acadêmica, dei passinhos curtos, mas que foram e serão significativos.
Não é fácil ser professor em um país que pouco valoriza ou se importa com a educação. Não é e nem sei se será tão cedo prioridade do Estado investir nela. Por conta disso, eu sempre digo que ser professor nesse país é ser herói. Eu sou extremamente utópica e continuo achando que as poucas palavras que dou aos meus alunos (sou professora de Sociologia), podem criar sementes que germinarão no futuro. Por isso, faço questão de continuar trabalhando com adolescentes, que de uma forma ou de outra, são o futuro desse país. A única coisa que gostaria é de ter um sobre peso menor de trabalho e mais dignidade enquanto profissional. Por conta disso, prestei concursos para outras instituições e devido aos estudos e esforços, fui super bem classificada em uma instituição pública de ensino Federal. Espero se convocada.
Infelizmente não farei meu doutorado esse ano, e provavelmente não será onde moro. Pena que nas universidades públicas, assim como em outros setores, o velho e conhecido "QI" ou disputas ideológicas e políticas façam com que bons alunos e/ou profissionais não estejam ali dentro dos muros dos "semi-deuses". Não aprofundarei a questão, afinal de contas essa minha postagem está sendo muito mais um desabafo e um balanço do que qualquer outra coisa. Meia palavra basta. Acho.
Espero que em 2011 eu seja melhor profissional, cia, amiga, filha e irmã do que fui em 2010. Conheci novas pessoas, me afastei de algumas e continuarei na eterna busca pelo "belo". Vou procurar aquilo que me faz bem, que me traz coisas boas e que me sustenta enquanto Ser Humano. Como é difícil viver nesse mundo cruel. Mundo de jogos, vaidades, intrigas. Infelizmente as pessoas ainda usam o próximo, seja por carência, por vaidade ou sei lá o quê, mas eu não perderei a ternura, jamais.
Finalizo o desabafo/balanço mandando todas as vibrações para meu pai, onde quer que ele esteja, o homem que me fez. Eu sou a mulher do jeitinho que sou a partir da imagem dele. Às vezes até me acho meio homem por conta disso, mas o vigor, a força, a mulher batalhadora e forte é super bem casada com a vaidade, a ternura, a sensibilidade e o carinho, atributos culturalmente atribuídos às mulheres. Acho que é por aí.


Depois eu volto "De olho na cultura".

4 comentários:

  1. NO BALANÇO DE ANNA
    No início da vida, dependência da idade.
    Na juventude? Vaidade.
    Mulher de 30? Balzaciana maturidade.
    Amadureceu? Poucos amigos, qualidade.
    Um grande amor? Cultive-o diariamente, com intensidade.
    Sou eu? Não sei sentir o que não pode ser sentido de verdade!
    Sinto-te e quero-te completa, não metade!
    Amo-te! Embalo-me no teu balanço!

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  2. Anna, gostei do balanço. Deixo um abraço pra vc e pro Marcinho. Vou fazer o meu lá no blog também, se me permite. Gosti d idéía. Do blog, idem. Cultura é fundamntal.
    Um Natal Luminoso pra você e todos os seus!

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  3. Também farei um balanço do ano.

    Tenha um humaníssimo 2011!

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  4. Obrigada pelos comentários e pela visita. E obrigada pelo "humaníssimo 2011". Eu tento. Juro que tento. Hahahaha!

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