segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Pede a banda pra tocar Dinorah,

olha nós outra vez no picadeiro..."

É meu leitores. Aqui estou eu novamente para mais um desabafo.
Em meu trabalho, inicio o segundo semestre com um baita susto! Para quem não sabe, sou professora da rede estadual de ensino do Estado do Pará. Ministro aulas de Sociologia e como todos bem sabem, a realidade da educação pública nesse país não é das melhores: escolas sucateadas, professores mal pagos e mal instruídos, alunos desinteressados, dinheiro que deveria ser investido em educação desviado e por aí vai... Por conta do péssimo cenário da educação no nosso Estado, no início de 2010, a categoria resolveu entrar em greve, infelizmente um dos únicos recursos que ainda temos de luta. "Um dos", repito. Bom, a diretora de uma das escolas que ministro aulas, Dom Pedro I, insatisfeita com a greve que os professores fizeram, visto que "prejudica" os "meninos", como ela mesmo fala, "resolveu" enviar TODAS as faltas referentes à greve que fizemos, que não durou 1 mês. Em meu contracheque particularmente, tive um desconto de 943 reais. Alguns companheiros tiveram um desconto de 1. 500 reais e outros receberam o contracheque em BRANCO. Você, caro leitor, que me lê nesse exato instante, consegue imaginar o que é abrir seu contracheque e ver que não tem absolutamente nada para você pagar suas contas? Isso configura assédio moral e/ou psicológico e afeta a dignidade humana!
O que é mais intrigante é que a diretora supracitada enviou as faltas da greve de forma ilegal, pois de acordo com as negociações, as faltas não deveriam ser enviadas. Além disso, a greve é um instrumento legal e DIREITO de todo trabalhador insatisfeito com suas condições de trabalho.
A digníssima diretora colocou culpa até no pobre digitador dos contracheques que nada tem a ver com o autoritarismo enraizado nela mesma.
O que fizemos? Jogamos merda no ventilador. O mínimo. De 57 professores, reunimos uma comissão de 10 professores (eu estava e estou na comissão) e fomos atrás dos direitos. Hoje paralisamos as aulas e prontamente acionamos o SINTEPP (Jurídico) que nos deu a orientação do que deveria ser feito. Saindo do Sindicato dos Professores, fomos à Seduc (Secretaria de Educação). Agendamos para hoje mesmo uma reunião com o assessor do secretário de educação. O secretário muito preocupado com a situação (estamos em ano eleitoral), convocou uma reunião extraordinária com a comissão amanhã pela manhã dizendo que resolverá a questão. Saindo da reunião com o assessor, fomos à Ouvidoria e prontamente fizemos uma denúncia contra a supracitada senhora que há tempos já vem usando de abuso de poder, autoritarismo e coação contra os trabalhadores da educação. Pronto! Lavei minh'alma.
Ah, a imprensa só não apareceu no local pois não conseguimos contatos e alguns jornais se recusarem de falar sobre o assunto pois estão sendo financiados pelo governo do Estado do Pará.
Não aguento mais ver o professor num picadeiro. Não somos palhaços, meus caros leitores, somos EDUCADORES. A sociedade precisa de todos nós, profissionais da educação. Como faço parte de uma equipe que não aguenta esse tipo de opressão e que tão pouco "escuta calada", tomamos as providências e vamos esperar o que acontecerá nos próximos capítulos.
Leitores, vamos escolher melhor as pessoas que irão reger nosso país. Esse lugar precisa avançar! As eleições estão chegando e as mudanças precisam acontecer!
Votem em Plínio de Arruda! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA. Foi só para descontrair!
Depois trago outras informações.

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