quinta-feira, 1 de julho de 2010

Nunca fomos tão brasileiros: São João, Copa do Mundo e as eleições, por Gilmar Matta.

Caríssimas(os) vivemos em dias de festa!!! Afinal de contas como diz a música de uma antiga banda de rock de Brasília chamada Plebe Rude "nunca fomos tão brasileiros", essa conotação nacionalista e até mesmo provocativa da banda revela a face de um Brasil marcado pela sua diversidade cultural e pela contradição de atos que atentam contra a dignidade da sociedade brasileira. Vivemos em dias, ou melhor, em um mês de festa proporcionado pelo calendário judaico-cristão no qual comemoramos São João Batista e com isso revelamos de Norte a Sul do país parte da riqueza de nossa cultura herdada dos colonizadores portugueses como o culto aos santos e manifestações associadas a esta prática religiosa: festas, danças, bebidas e comidas que em solo brasileiro assumiu conotações particulares. Ao lado disso, estamos vivenciando dias de festas com o evento da Copa do Mundo que de quatro em quatro anos transforma a Nação e na qual manifestamos com vigor o nacionalismo exaltado na execução do hino e nas cores da bandeira nacional presentes: nas ruas enfeitadas, nas casas, nas repartições públicas, nas lojas, no vestuário e nos acessórios que usamos e com isso declaramos que "nunca fomos tão brasileiros" como neste atual momento.

Vivemos dias de festa, vivemos dias de HORROR em que um evento mundial faz com que a esqueçamos os problemas da dura realidade do cotidiano, como se estivéssemos voltando no tempo, mais precisamente nos eventos ocorridos em 1970 por trás dos bastidores da política, enquanto o povo vibrava com a conquista de mais um campeonato mundial. Nunca fomos tão brasileiros quando muitos sofreram com o autoritarismo dos anos de chumbo, com o descaso dos palhaços que circulam no Planalto, no Congresso, na Câmara de Brasília e roubam a nação, com a educação presa num sarcófago, com a falta de políticas públicas que possam garantir dignidade às pessoas, com a crise da saúde, falta de emprego, com a biopirataria e a venda de sangue indígena, com a construção de Belo Monte, com o Kaos da administração pública tanto a nível municipal quanto a nível estadual. Nunca fomos tão brasileiros como nesses dias em que vislumbramos a arte do futebol e gritamos: Pra frente Brasil!!!, vai Kaká!!! E assim seguimos nossas vidas.

Vamos celebrar São João Batista mais não podemos nos esquecer que até ele bateu de frente contra os poderosos que cometiam as injustiças com a população de sua época. Vamos celebrar, exaltar o nacionalismo não apenas na Copa do Mundo, mais também nos simples gestos, na reivindicação de nossos direitos e na promoção de uma política comprometida com o povo, afinal agosto vai chegar com o ritual que antecede as eleições e com os bajuladores atrás de voto também. E somente tendo uma consciência crítica separando o jóio do trigo poderemos dizer que "nunca fomos tão brasileiros" quando outubro passar.

Um grande abraço.
Gilmar Matta da Silva

3 comentários:

  1. Esse texto do Gilmar, de tantas palavras Replicantes, foi escrito misturando Cólera com Restos de Nada. O Brasil é uma Mancha no tapete que parece mingau!!! Márcio Couto.

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  2. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.

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  3. Nunca fomos tão brasileiros quando outubro chegar. A partir do dia 1 de Janeiro de 2011 a Plebe Rude vai lamentar mais uma vez em eleger antigas raposas. Gilmar Matta

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