Caríssimas(os) vivemos em dias de festa!!! Afinal de contas como diz a música de uma antiga banda de rock de Brasília chamada Plebe Rude "nunca fomos tão brasileiros", essa conotação nacionalista e até mesmo provocativa da banda revela a face de um Brasil marcado pela sua diversidade cultural e pela contradição de atos que atentam contra a dignidade da sociedade brasileira. Vivemos em dias, ou melhor, em um mês de festa proporcionado pelo calendário judaico-cristão no qual comemoramos São João Batista e com isso revelamos de Norte a Sul do país parte da riqueza de nossa cultura herdada dos colonizadores portugueses como o culto aos santos e manifestações associadas a esta prática religiosa: festas, danças, bebidas e comidas que em solo brasileiro assumiu conotações particulares. Ao lado disso, estamos vivenciando dias de festas com o evento da Copa do Mundo que de quatro em quatro anos transforma a Nação e na qual manifestamos com vigor o nacionalismo exaltado na execução do hino e nas cores da bandeira nacional presentes: nas ruas enfeitadas, nas casas, nas repartições públicas, nas lojas, no vestuário e nos acessórios que usamos e com isso declaramos que "nunca fomos tão brasileiros" como neste atual momento.
Vivemos dias de festa, vivemos dias de HORROR em que um evento mundial faz com que a esqueçamos os problemas da dura realidade do cotidiano, como se estivéssemos voltando no tempo, mais precisamente nos eventos ocorridos em 1970 por trás dos bastidores da política, enquanto o povo vibrava com a conquista de mais um campeonato mundial. Nunca fomos tão brasileiros quando muitos sofreram com o autoritarismo dos anos de chumbo, com o descaso dos palhaços que circulam no Planalto, no Congresso, na Câmara de Brasília e roubam a nação, com a educação presa num sarcófago, com a falta de políticas públicas que possam garantir dignidade às pessoas, com a crise da saúde, falta de emprego, com a biopirataria e a venda de sangue indígena, com a construção de Belo Monte, com o Kaos da administração pública tanto a nível municipal quanto a nível estadual. Nunca fomos tão brasileiros como nesses dias em que vislumbramos a arte do futebol e gritamos: Pra frente Brasil!!!, vai Kaká!!! E assim seguimos nossas vidas.
Vamos celebrar São João Batista mais não podemos nos esquecer que até ele bateu de frente contra os poderosos que cometiam as injustiças com a população de sua época. Vamos celebrar, exaltar o nacionalismo não apenas na Copa do Mundo, mais também nos simples gestos, na reivindicação de nossos direitos e na promoção de uma política comprometida com o povo, afinal agosto vai chegar com o ritual que antecede as eleições e com os bajuladores atrás de voto também. E somente tendo uma consciência crítica separando o jóio do trigo poderemos dizer que "nunca fomos tão brasileiros" quando outubro passar.
Um grande abraço.
Gilmar Matta da Silva
Esse texto do Gilmar, de tantas palavras Replicantes, foi escrito misturando Cólera com Restos de Nada. O Brasil é uma Mancha no tapete que parece mingau!!! Márcio Couto.
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.
ResponderExcluirNunca fomos tão brasileiros quando outubro chegar. A partir do dia 1 de Janeiro de 2011 a Plebe Rude vai lamentar mais uma vez em eleger antigas raposas. Gilmar Matta
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