terça-feira, 24 de novembro de 2009

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lenda do jabuti e do veado. Eis a magnífica inteligência indígena... interpretem


“O pequeno jabuti foi procurar seus parentes e encontrou-se com o veado. O veado perguntou a ele: “Para onde que tu vais?” O jabuti respondeu. “Eu vou chamar meus parentes para virem procurar minha caçada grande, a anta”. O veado assim falou” “Então tu mataste a anta?! Vai; chama toda tua gente. Quanto a mim, eu fico aqui; eu quero olhar para eles”. O jabuti assim falou: “Então eu não vou mais; daqui mesmo eu volto; eu espero que a anta apodreça, para tirar seu osso para minha gaita. Está bom, veado; eu vou já”. O veado assim falou: “Tu mataste a anta; agora eu quero experimentar correr contigo”. O jabuti respondeu: “Então me espera aqui; eu vou ver por onde eu hei de correr”. O veado falou: “Quando tu correres por outro lado, e quando eu gritar, tu respondas”. O jabuti falou: “Me vou ainda”. O veado falou a ele: “Agora, vais demorar-te... Eu quero ver tua valentia”. O jabuti assim falou: “Espera um pouco ainda; deixa-me chegar à outra banda”. Ele chegou ali, chamou todos os seus parentes. Ele emendou todos pela margem do rio pequeno, para responderem ao veado tolo. Então assim falou: “Veado, tu já estás pronto?” O veado respondeu: “Eu já estou pronto”. O jabuti perguntou: “Quem é que corre adiante?” O veado riu-se e disse: “Tu vais adiante, miserável jabuti”.
O jabuti não correu; enganou o veado e foi ficar no fim.
O veado estava tranquillo, por fiar-se nas suas pernas.
O parente do jabuti gritou pelo veado. O veado respondeu para traz. Assim o veado falou: “Eis-me que vou, tartaruga do mato!” O veado correu, correu, correu, depois gritou: “Jabuti!” O parente do jabuti respondeu sempre adiante. O veado disse: “Eis-me que vou, ó macho!” O veado correu, correu, correu, e gritou: “Jabuti!” O jabuti respondeu sempre adiante. O veado disse: “Eu ainda vou beber água”. Aí mesmo o veado se calou: O jabuti gritou, gritou, gritou... Ninguém respondeu a ele. Então disse: Aquele macho pode ser que já morreu; deixa que eu vá ver a ele ainda.
O jabuti disse assim para seus companheiros: “Eu vou devagarinho vê-lo”.
Quando o jabuti saiu na margem do rio, disse: “Nem sequer eu suei”. Então chamou pelo veado. “Veado!” O veado nem nada lhe respondeu.
Os companheiros do jabuti, quando olharam para o veado, disseram. “Em verdade, já está morto”. O jabuti disse: “Vamos nós tirar o seu osso”.
Os outros perguntaram: “Para que é que tu o queres?”
O jabuti respondeu: “Para eu assoprar nele em todo tempo”.
“Agora eu me vou embora daqui. Até algum dia”

"O Selvagem" de Couto de Magalhães. Lenda de índios do tronco linguístico Tupi.

domingo, 22 de novembro de 2009

Livro revela a sexualidade da sociedade brasileira do século XIX

Edição de 22/11/2009

Sexual - Um diário indiscreto de Couto Magalhães, que administrou o Pará

'Um toque de voyeurismo. O diário íntimo de Couto de Magalhães (1880 - 1887)' é. o livro, tese de doutorado do historiador, professor da faculdade de história da UFPA, mestre e doutor em antropologia Márcio Couto Henrique, lançado recentemente no Rio de Janeiro e em Belém.

Mineiro de Diamantina. Um político importante para o Brasil na segunda metade do século XIX. Herói da Guerra do Paraguai. Este foi Couto de Magalhães que administrou as então províncias de Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Pará, sob o cargo de presidente da província, o equivalente ao cargo de governador. O homem representado em fotografias, figuras e pinturas como um sujeito corajoso e imponente, revelou-se em seu diário, descoberto no Arquivo do Estado de São Paulo pela historiadora Maria Helena Machado, um hipocondríaco que desgostava das mulheres e do casamento 'à moda' século XIX e tinha sonhos eróticos com homens e garotos.

Couto de Magalhães era as duas coisas: tanto heróico quanto humano. 'Usei Couto de Magalhães como uma janela para estudar a sociedade brasileira da segunda metade do século XIX', esclarece o autor. Márcio destaca os dois principais fatos que fazem do político uma personalidade importante para a história do Brasil. 'Ele foi o primeiro intelectual a coletar informações sobre o folclore brasileiro. Publicou lendas indígenas, principalmente amazônicas, no livro ‘O selvagem’ (1876), a partir do qual desenvolvi a minha pesquisa do mestrado.' O segundo motivo foi sua atuação na Guerra do Paraguai, na qual venceu muitas batalhas, entre elas a de Corumbá, momento em que acabou com a posse dos paraguaios sobre o município de Mato Grosso do Sul.

Durante as pesquisas do mestrado, o escritor teve contato com o diário de Couto de Magalhães, publicado pela editora Cia. das Letras, em 1998. O documento trazia registros da vida pessoal do político escritos em português, inglês, latim e nheengatú (código linguístico inventado pelos missionários jesuítas para facilitar o processo de comunicação entre eles e os índios). Este último utilizado na descrição de sonhos eróticos minuciosamente relatados.

'Um toque de voyeurismo. O diário íntimo de Couto de Magalhães (1880 - 1887)' é um estudo sobre esta personalidade e a sociedade de sua época. 'Eu, o pesquisador, sou o ‘voyeur’, o que bisbilhota (Couto de Magalhães). Estudar a tragetória de Couto de Magalhães é colocar o herói em uma condição mais humana, de carne e osso.' O livro é uma das poucas teses de doutorado no Brasil baseada em um diário. 'O diário possui uma dimensão social. Ao falar sobre si mesmo, o autor fala sobre a sua época.'

Serviço

Livro 'Um toque de voyeurismo. O diário íntimo de Couto de Magalhães (1880 - 1887)' À venda na livraria Humanitas, no campus básico da UFPA, próximo à Biblioteca Central. Preço: R$ 45.

http://www.orm.com.br/oliberal/interna/default.asp?modulo=248&codigo=444291


OBS: Não gostei da reportagem, não gostei da escrita do texto. Escrita truncada. Jogo do contente: jornal de grande circulação no Norte do país e consequentemente maior divulgação do livro.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Respeite o próximo. Isso basta! Respeite a multiplicidade de vozes, cores e identidades!

Viva a cultura negra!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Consciência Negra!

Semana da Consciência Negra. Respeitem a diferença! Repassem! Divulguem! Não tolerem, mas respeitem!




terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pensamento de um grande amigo:

A busca pelo eu interior, torna efêmera a necessida infinita da plena realização.

Gilmar Matta.



Eis o Gilmar Matta. Não é primo de Roberto da Matta, mas é um antropólogo arretado! Território Quilombola. Concórdia do Pará. Comunidade São Pedro. Rio Bujarú. Foto: Alana Borges.


AMIGO, MIL FELICIDADES E PARABÉNS PELO SEU DIA! FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!!!! ABRAÇOS E BEIJOS ANTROPOLÓGICOS PRA VOCÊ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 15 de novembro de 2009

Melhorei...

Semana começando e eu aqui sem sono... Depois de dia chato, dei uma guinada no meu humor. Boa semana para meus seguidores. Um cheiro bem paraense para todos! Com gostinho de açai...





Juro que essa semana eu termino de ler o outro livro de Balzac e por aqui "jogo" algumas de suas ideias.

Isso daqui está bem melhor do que Twitter...

As estrelas...


"Foram-se abrindo aos poucos as estrelas...
De margaridas lindos campos em flor!
Tão alto o Céu!... Pudesse ir colhê-lhas...
Diria algum se me tens amor.

Estrelas altas! Que se importam elas?
Tão longe estão... Tão longe deste mundo...
Trêmulo bando de distantes velas
Ancoradas no azul do céu profundo...

Porém meu coração quase parava,
Lá foram voando as esperanças minhas
Quando uma, dentre aquelas estrelinhas,

Deus a quie! do céu se despencou...
Com certeza era o amor que tu me tinhas
Que repentinamente se acabou!"

Mario Quintana

Triste...


Hoje eu queria um abraço bem forte. Só isso bastava...

Pela não ocupação de 1 pessoa em mais de 1 vaga em instituição Superior Pública.


UFPA posiciona-se sobre Lei Nº 12.089 recém aprovada

Agora é Lei, um estudante não pode ocupar duas vagas simultaneamente em Instituições Públicas de Ensino Superior (IPES). Nos últimos anos, após o resultado e a classificação dos calouros do PSS da UFPA, constatou-se que muitos dos estudantes que obtiveram o êxito da classificação também em outras IPES, como a Universidade do Estado do Pará (UEPA), Instituto Federal do Pará (IFPA) e a Universidade Federal do Pará (UFRA), optavam por cursar as duas Instituições.


Mas, a partir de agora, a situação mudou. No último dia 12 de novembro, o Diário Oficial da União (DOU) publicou a Lei N.º 12.089, de 11 de novembro de 2009, que “Proíbe que uma mesma pessoa ocupe duas vagas, simultaneamente, em Instituições Públicas de Ensino Superior”.


No último processo seletivo, somente nos cursos de Medicina da UFPA e Medicina da UEPA, cerca de 30 estudantes ocupam as duas vagas nas duas Instituições, mesmo sabendo que o diploma de ambas as IPES outorga o mesmo grau, o Bacharelado em Medicina.


A Lei se aplica aos estudantes que irão ingressar na UFPA em 2010. Após a constatação de que o estudante também ocupou vaga em outra Instituição Pública de Ensino Superior, como a UEPA, o Centro de Registros e Indicadores Acadêmicos (CIAC) convocará o aluno para optar pela vaga e, para isso, o estudante terá cinco dias úteis, conforme dispõe a Lei 12.089.


No caso de não comparecer no prazo ou não definir o curso em que deseja permanecer, a UFPA providenciará o cancelamento da matrícula, de acordo com os seguintes critérios:1) mais antiga, na hipótese de a duplicidade ocorrer em outra IPES;2)mais recente, na hipótese de a duplicidade ocorrer na UFPA.


O estudante que hoje ocupa duas vagas, simultaneamente, na UFPA e em outra IPES poderá concluir o curso regularmente.


Texto: Divulgação Pró-reitoria de Ensino e Graduação em 13.11.2009


http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=3369

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Lendo e compartilhando com meus seguidores...


Quem ama inventa...

"Quem ama inventa as coisas a que amam...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbilhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressureições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!"

Mario Quintana

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Eu escrevi um poema triste...

"Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.
Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...
Nem importa ao velho Tempo,
Que sejas fiel ou infiel...
Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel.

Mario Quintana - Quintana de bolso; Rua dos cataventos e outros poemas.



Acabei de trazé-lo da Feira...Lindo...

Hoje eu vou à Feira do Livro!!!!!!!!!!!!!!!! Muito bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Comprar, comprar, comprar!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

De caco a espetáculo. Tudo começou assim...



“Um dia, seu Vadico, grande amigo e colaborador, chegou em casa com um embrulho. Sem
falar, depositou-o em cima da mesa. - O que é? – Aqui estão uns negócios que não prestam, como o senhor gosta. Gostei do cumprimento, porque era o reconhecimento do meu interesse para tudo o que é Marajó. Intrigado, apalpei com uma certa cautela aquele conjunto de negócios, desenrolei o papelão e descobri uma série de cacos de cerâmica. “Caco”, na linguagem marajoara, é exatamente o termo científico das peças arqueológicas. Naquele momento, vassoura na mão, apareceu a senhora da limpeza, espiando curiosa. – Será que prestam? Ela já tinha reparado o meu interesse, por isso só podia dar a única resposta possível, segundo a lógica marajoara. – Prestam, sim senhor. – Para quê? A mulher quase entrou em sinuca, no desespero de inventar uma justificativa decente. Foi só um instante. Feliz da vida explicou: - Para entulhar o quintal. Esqueci logo o quintal e fiquei contemplando, extasiado, aquelas amostras que pareciam fruto da coleta de um abençoado arqueólogo. Uma careta caprichada, uma série de risquinhos ingênuos como de criança que brinca com um espinho, uns fragmentos de decoração incisa e excisa, um jogo simétrico, a tentativa duma figura estilizada, um peixinho, um jaburu em vôo. De tudo um pouco, só coisa
fina”.


O homem que implodiu. Giovanni Gallo.

sábado, 7 de novembro de 2009

Bom, essa eu recebi por e-mail de uma amiga, Maria Célia. Gostei, pois viva o "Jogo do Contente" (Polianna)! A gente só se f*** mesmo né? Hahahahaha.



Sou grato...

À minha mulher,
por dizer que teremos cachorro-quente ao jantar,
porque ela está em casa comigo e não com algum outro não sei onde!

Á meu MARIDO,
esparramado no sofa como um purê de batata,
porque ele está comigo e não em algum boteco...

À ADOLESCENTE LÁ DE CASA,
que está reclamando por ter que lavar a louça,
porque isso significa que está em casa, e não nas ruas....

PELAS BRONCAS DO CHEFE,
POIS ISTO SIGNIFICA QUE ESTOU EMPREGADO....

PELA BAGUNÇA QUE RESTOU DEPOIS DA FESTA
PORQUE ISTO SIGNIFICA QUE ESTIVE RODEADO DE AMIGOS...

PELAS ROUPAS QUE ESTÃO FICANDO APERTADAS,
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE TENHO MAIS QUE O SUFICIENTE PARA COMER...

PELA MINHA SOMBRA QUE ME OBSERVA EM AÇÃO
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE ESTOU FORA, AO SOL...

PELA GRAMA QUE PRECISA SER CORTADA,
PELAS JANELAS QUE PRECISAM SER LIMPAS
E PELAS CALHAS QUE PRECISO CONSERTAR,
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE TENHO UMA CASA....

POR TODAS AS QUEIXAS QUE OUÇO CONTRA O GOVERNO
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE TEMOS LIBERDADE DE EXPRESSÃO...

PELA VAGA QUE ACHEI BEM NO FINAL DO ESTACIONAMENTO
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE POSSO CAMINHAR E QUE TENHO MEIO DE TRANSPORTE...

PELA CONTA MONSTRUOSA DE ENERGIA QUE PAGO
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE ESTOU SEMPRE CONFORTÁVEL...

PELA SENHORA DESAFINADA QUE CANTA ATRÁS DE MIM NA IGREJA
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE POSSO OUVIR...

PELA PILHA DE ROUPAS PARA LAVAR E PASSAR
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE TENHO ROUPA PARA VESTIR...

PELO CANSAÇO E MÚSCULOS DOLORIDOS AO FINAL DO DIA
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE FUI CAPAZ DE DAR DURO O DIA INTEIRO...

PELO ALARME QUE DESLIGO PELA MANHÃ !
PORQUE ISSO SIGNIFICA QUE CONTINUO VIVO...

E SOU GRATO PELOS ALOPRADOS QUE SÃO MEUS COLEGAS DE TRABALHO,
PORQUE TORNAM O TRABALHO INTERESSANTE E DIVERTIDO...

E, FINALMENTE, POR RECEBER E-MAILS DEMAIS,
pois isso significa que um monte de amigos pensa em mim!!!


OBS: Principalmente àqueles que adoram mandar um monte de corrente enchendo o saco. hehehehehe. Essa parte foi minha. Hahahahahaha.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Relendo, vi o quanto o poema é lindo.


PRESENÇA

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

Mário Quintana.

Algumas lembranças do lançamento de livro indicado abaixo.


Vendeu bem... Isso é bom... Espero que venda bem na Feira do Livro que inicia amanhã aqui em Belém.




Aldrin Fiqueiredo, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), fala sobre o livro e sobre os 20 anos que conhece o autor. Rsrsrsrs.




Mauro, representando a Eduerj. Falando sobre o livro e possibilidades de publicação na editora. Trouxe um cheirinho do Rio de Janeiro... muito bom!




Muita gente. Auditório lotado.





Viva o lançamento né?

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Professor da Faculdade de História lança livro. OBA! OBA! OBA!



O historiador Márcio Couto Henrique lança, nesta quarta-feira (4), no Centro de Capacitação da UFPA, o livro Um toque de Voyeurismo: O Diário Íntimo de Couto de Magalhães (1880-1887). Na publicação, o autor analisa a figura do herói da Guerra do Paraguai, Couto de Magalhães, autor de O Selvagem, um dos primeiros estudos antropológicos sobre a figura do índio brasileiro. O diário do general aborda suas aventuras e traz um panorama da sociedade de sua época.



Couto de Magalhães nasceu em Diamantina, Minas Gerais, em 1837. Era Bacharel em Direito e foi presidente das províncias do Pará, Mato Grosso, Goiás e São Paulo. O diário dele foi publicado em 1998 pela Cia das Letras. “Escrevi sobre o diário íntimo, pela primeira vez, quando preparei um artigo que apresentei num congresso de Ciências Sociais em Aracaju, em 2003. Depois disso, transformei este artigo em projeto de doutorado. Na minha pesquisa, estive em São Paulo para consultar o diário original, no Arquivo do Estado de São Paulo”, conta o autor.


No diário, Couto Magalhães procurou construir uma imagem pública de homem forte, soldado (foi condecorado general por sua participação na guerra), sendo sempre retratado como general nas diversas imagens que ficaram dele. No entanto, escrevia diários íntimos, nos quais sobressai a imagem de um homem frágil, hipocondríaco ao extremo, ansioso, com medo de envelhecer, medo de ficar pobre. Seu diário registrava, ainda, seus sonhos, muitos deles eróticos, vários sonhos homoeróticos ou homossexuais, com índios, negros, brancos, cuja descrição ele fazia em seu diário detalhadamente, sem qualquer tipo de julgamento ou sentimento de culpa. As partes mais picantes, ele registrava em língua indígena, para dificultar o acesso de possíveis curiosos.



Como complemento à análise das cenas descritas no diário, o historiador Márcio Couto fez uso, também, de informações advindas de diferentes fontes sobre o período e o herói. Assim, explora como os homens da segunda metade do século XIX relacionavam-se consigo mesmos e seus corpos e como, por debaixo de seus muitos galões e medalhas, é possível perceber sua singular humanidade.



O livro é fruto da tese de doutorado do autor, defendida no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFPA, em 2008.


Serviço:


Lançamento do livro Um toque de Voyeurismo: O Diário Íntimo de Couto de Magalhães (1880-1887)
Dia : 4 de novembro, às 19h
Local : Auditório Rio Guamá, Centro de Capacitação
Publicação da Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (EDUERJ).



Texto: Diolene Machado (ASCOM/IFCH
http://www.portal.ufpa.br/imprensa/noticia.php?cod=3336




Muitos estresses pra sair, mas saiu...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Além de Levi-Strauss, vai para a espiritualidade outro mestre: Verequete. Dancei muito ao som da linda voz desse homem. Tive essa oportunidade...




"O carimbó nunca morre. Quem canta o carimbó sou eu". Com letras simples a genialidade do músico Augusto Gomes Rodrigues, 93 anos, o Mestre Verequete, nunca será esquecido. A morte do mestre foi confirmada pela médica Alessandra Lima Lealno início da tarde de hoje (3), no Hospital Universitário João Barros Barreto.

Contudo, a informação somente foi repassada à imprensa depois que o serviço social do hospital informou, pessoalmente, os familiares do músico, que chegaram ao local por volta das 13h. O último boletim médico divulgado pelo Barros Barreto infomava que o quadro de Verequete tinha evoluído de uma pneumonia grave e insuficiência respiratória aguda para uma infecção generalizada. Ele estava necessitando de suporte ventilatório mecânico e uso de drogas vasoativas.

Segundo uma equipe da Secretaria de Cultura (Secult) que está no hospital, está confirmado que o velório do mestre será realizado no Theatro da Paz e que o enterro será no Cemitério Parque das Palmeiras. Os horários ainda não foram confirmados.

História - Verequete, nasceu na localidade de Careca, próximo à Vila de Quatipuru, em Bragança, no dia 26 de agosto de 1916. Aos três anos, após perder a mãe, mudou-se com o pai para Ourém, onde iniciou sua trajetória artística, no terreiro da negra "Piticó".Cantor e compositor de carimbó, Verequete foi um dos primeiros divulgadores do ritmo nos subúrbios de Belém. Organizou o conjunto "O Uirapuru", em Icoaraci, e gravou seu primeiro disco em 1970, reunindo uma série de temas de carimbó.


(Diário Online)